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​​PARA ALÉM DAS PALAVRAS

 

TIAGO CASANOVA

 

O ESPAÇO CAMPANHÃ pretende-se  afirmar como espaço de experimentação e divulgação de arte contemporânea, acompanhando, descentralizando  e aumentando o fluxo exibicional já iniciado por vários espaços localizados por toda a cidade.
Pretende ser um espaço per si informal, de concentração ,de debate, de exposição  e de encontro de saberes em torno das artes plásticas.  Por outro lado pretende preservar, alertar , o espaço como memoria de um lugar, um mostrar  de que é possível reconverter sem descaracterizar, dialogando com as características do meio onde se encontra inserido. Ao mesmo tempo deverá ser capaz de inovar e ao mesmo tempo provocar, questionar o vocabulário estético predominante.

 

AZ 4

(O INICIO-2008)

O armazém 4 experimentou desde o inicio da sua existência  várias utilizações.  Armazém de produtos alimentares, de material eléctrico e serralharia, são alguns exemplos  do forte carácter comercial que toda a área, em torno da estação de Campanha, desempenhou desde o desenvolvimento do transporte ferroviário, no inicio do século vinte, substituindo o transporte fluvial que até ai predominava. O movimento de mercadorias proveniente de vários pontos do pais, nomeadamente do noroeste transmontano e beira alta, obrigaram á construção de vários armazéns nas imediações da estação,  com vista á posterior distribuição pelo comercio tradicional que se expandiu e floresceu por toda a cidade.  Se hoje a distribuição se  concentra em gigantescos centros logísticos, até meados dos anos oitenta, toda a distribuição era individual e centrada, também como o comercio tradicional, em pequenos espaços, dos quais o armazém 4 foi exemplo.

Para além do movimento urbano que o comercio proporcionou, durante décadas, a zona oriental do Porto foi destino das fortes migrações das populações do interior do pais, devido ao  incremento do sector secundário.  As áreas em torno da circunvalação,  da Rua do Bonfim e  Barros Lima, Av Camilo, Rua do Heroísmo e Rua do Freixo foram artérias que reuniram em seu redor varias industrias têxteis, metalomecânicas, entre outras. A “Calandra do Bonfim” e “A Esmaltagem Mário Navega” são bons exemplos dessa forte actividade industrial que se manteve até finais do século passado.

Hoje restam apenas os vestígios, em forma de ruína, dessas actividades.

A zona vive, entretanto, uma tentativa de alteração de rumo de toda a função urbana em torno da Estação de Campanha.  A edificação  de um “moderno” edifício destinado a serviços  , a remodelação da estação,  a construcção da rede de metro são os exemplos dessa intenção de criar uma nova centralidade na cidade do Porto. Muitas são as vozes que afirmam que a cidade do sec. vinte e um irá agora desenvolver-se para oriente.

 



 

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